Residência de um casal de idosos
Publicado em: 02.maio.2012
Por: Acessibilidade na Prática
Durante o processo de envelhecimento de uma pessoa, algumas alterações físicas e sensoriais vão ocorrendo no seu corpo, como alteração de equilíbrio, diminuição da acuidade visual e auditiva, lentidão nos movimentos, dentre outros.
É claro que o processo de envelhecimento está diretamente relacionado a fatores externos, de acordo com o estilo de vida de cada pessoa. Por este e outros motivos, cada indivíduo terá suas particularidades quando estiverem numa idade mais avançada.
Todos nós temos hábitos e costumes que, por mais simples que sejam, podem tornar-se difíceis de realizar conforme o avanço da idade.
Hoje vamos conhecer algumas modificações realizadas na residência de um casal de idosos. Eles moram em uma fazenda no Pantanal de Mato Grosso do Sul e a casa não foi construída seguindo as normas técnicas de acessibilidade. As adaptações foram feitas apenas para atender as necessidades específicas do casal.
Um hábito diário é a roda do mate. Mesmo havendo apenas uma ou duas pessoas na casa, todos se reunem num determinado horário para saborear o mate e conversar.
Antes, a chaleira era deixada no chão ao lado da cadeira, onde o dono da casa (um senhor idoso) servia as demais pessoas que ali estavam. Atualmente, para evitar que a todo momento ele levante e abaixe para alcançar a chaleira no chão, uma mesinha (centro da foto) estilizada e mais alta foi confeccionada para ser colocada ao lado da cadeira. Este mobiliário proporciona mais conforto, diminuindo o gasto energético e evitando uma sobrecarga da coluna.
Isso preservou o hábito rotineiro do casal, permitindo que o realizem de forma mais confortável, mantendo assim a cultura de reunir-se em volta de uma roda de pessoas para tomar o mate.
A cadeira de madeira (canto esquerdo da foto) foi confeccionada de forma que atendesse a altura do senhor idoso. Assim, quando ele necessita levantar, não é necessário muito esforço físico.
No canto direito da foto existe outra cadeira, porém de balanço. Para evitar que ela deslize sobre o piso foi colocado uma tapete por baixo, evitando possíveis acidentes.
Este é o quarto do casal, onde a principal adequação foi aumentar a altura da cama.
Estava difícil para o casal deitar-se e levantar-se de uma cama mais baixa. Para resolver esta situação, a antiga cama foi sustituída por uma de 68 cm de altura, diferente do que recomenda a NBR 9050, mas que atendia a necessidade do casal.
O banheiro teve o piso substituído por outro, com superfície antiderrapante, diminuindo o risco de queda.
Não há neste banheiro, nem no restante da casa, outros itens que atendam a NBR 9050. Estas modificações foram realizadas ao londo do tempo, pensando em atender exclusivamente as necessidades do casal. Isso nos mostra que a acessibilidade proporciona, além de segurança, conforto e mobilidade às pessoas, a preservação de costumes prazerosos que, ao longo do processo de envelhecimento, podem se tornar mais difíceis de realizar.
Maria Alice Furrer
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