Acesso ao Click Sushi de Campo Grande
Publicado em: 11.março.2015
Por: Acessibilidade na Prática
O Click Sushi é uma franquia de culinária japonesa com duas unidades em Campo Grande (MS): Click Sushi Restaurante e Click Sushi Delivery.
Estivemos no Click Sushi Restaurante, localizado na Rua Padre João Crippa 947, no Centro da cidade. Dentre os vários detalhes relacionados à acessibilidade, escolhemos o acesso do local para compartilhar com vocês. Confiram!
O acesso ao estabelecimento é feito por meio de uma escada associada a uma rampa.
A escada possui corrimão bilateral, porém o da direita segue a curva da rampa, obrigando quem usa a escada a seguir esta direção.
Não há sinalização tátil no corrimão nem sinalização visual nos degraus. No topo da escada há um capacho não nivelado com o piso, dificultando a circulação e podendo causar tropeços.
A rampa, localizada à direita da escada, possui corrimão bilateral com duas alturas.
Tanto a rampa quanto a escada não possuem piso tátil de alerta no seu início e final.
A inclinação da rampa é excessiva, o que, além de dificultar a subida e descida, oferece risco de acidentes. Além de muito inclinada, a rampa é curva, tornando-se ainda mais perigosa. É praticamente impossível um cadeirante conseguir subir e descer essa rampa sem ajuda de outras pessoas.Existem faixas antiderrapantes na superfície da rampa, mas algumas delas estão desgrudadas.
Apesar de ser uma rampa curta, a inclinação excessiva dificultou sua utilização, e a presença da curva chegou a desestabilizar o tronco do cadeirante que aparece na foto.
No topo da rampa há mais problemas. O espaço para manobrar a cadeira de rodas é pequeno, e o capacho – colocado indevidamente no local – atrapalha bastante a tocada da cadeira.A porta de vidro possui duas folhas, porém apenas uma estava aberta. Mesmo assim, nenhum funcionário ofereceu ajuda para abrir a segunda folha da porta.
Uma pessoa com deficiência física ou mobilidade reduzida que não tenha força e destreza nas mãos dificilmente conseguirá abrir esta porta sozinha, pois a maçaneta não é acessível e a porta possui mecanismo de mola para fechamento automático.
Os exemplos acima mostram que, para tornar um local acessível, não basta “construir” estruturas. Sem conhecimento técnico, boa vontade e o mínimo de intimidade com a realidade dos usuários, continuaremos a ter estruturas ruins e desperdício de recursos.
Maria Alice Furrer
Fotos: 07/03/2015